Meio-dia e treze minutos quando a DAH entra na sala de aula.

Por esta altura já três elementos da turma tinham dispersado, fugindo, com medo, das largas garras da DAH. Claro que, com quase meia-hora de atraso, tomamos a decisão de sair da nossa caixa branca a que chamamos de sala de aula mas que, na realidade, não passa de um cubículo que, em dias de calor, se assemelha a uma sauna. Por essa altura já tínhamos saído do perímetro da escola, à espera das nossas rodas (no meio caso), para casa.

Claro que, com a nossa sorte (que tem sido muito abundante este ano, I might mention), a senhora DAH resolve surgir das profundezas da nossa escola e aparecer (half-human, half-looking-beast), dirigindo-se para o respectivo cubículo.

Entretanto, turma parada, sem respirar. "Vamos à aula?", "Já chamei a minha irmã.", "Já chamei a inha mãe."

Ouvimos a DAH a gritar falar.

"Urgh...é melhor irmos."

Contudo, chega a minha loira irmã.

"Então?!"

"A DAH veio...meia-hora atrasada!"

Exasperada, a loira abana a cabeça. Ela lembra-se da DAH, a senhora homofóbica.

Entratanto, na sala, ouvimos a senhora DAH a perguntar, "A empregada disse que podiam ir embora?"

Muito irónica a nossa senhora DAH.

"Não, mas esperamos vinte minutos, a professora não veio, nós fomos embora."

Claro, temos que compreender que somos alunos do 5º ano, não temos capacidade psicológica para entender que vinte minutos depois do toque já é razão suficiente para assumirmos que não tinhamos aula.

Resmungos para aqui, resmungos para ali.

"Falta de responsabilidade", "Vão apresentar os trabalhos nem que tenham que vir para aqui num sábado, fiquem a saber!", "Dá-se uma mão querem o braço todo!".

"Oh, 'sora, chegou meia-hora atrasada..."

"Mei...meia-hora atrasada?!"

"Sim."

"A que horas toca?"

"Ao  meio-dia menos dez."

"Aih. é? Olhem...tive que ir à reprografia e tratar de um assunto muito importante..."

E as pessoas continuam a achar que eu me importo.

E continuou.

"Vou voltar aos métodos antigos: eu entro na sala e quem entrar depois de mim, fica lá fora!"

"Oh, 'sora, chegou muito atrasada."

"Querem sair? PODEM SAIR!! Eu cá não tenho falta."

"Alguns já foram embora."

"TÊM FALTA!"

E continuou.

Blah, blah, blah. (Isto a gritar)

Portanto, resumindo, o professor pode chegar meia-hora atrasado , pode gritar, insultar os alunos, olhar para nós com cara de mau, mas o aluno não pode chegar depois do professor, não pode constatar os factos e dizer a verdade, não pode ferir o orgulho do professor, tem que admitir que este está sempre correcto ou é castigado com uma falta.

Portanto, meninos e meninas, quando um professor não aparecer depois de vinte minutos à espera, deixem-se estar...aguentem os 90 minutos, sentadinhos. Pode ser que ele apareça nos últimos dois minutos.

Ou no intervalo.